Estrela que Explodiu Duas Vezes: A primeira imagem

Astrônomos registraram pela primeira vez uma supernova que explodiu duas vezes, no remanescente SNR 0509-67.5, na Grande Nuvem de Magalhães. Entenda como funciona o fenômeno da dupla detonação, que pode revolucionar nosso entendimento sobre a morte das estrelas e as medições da expansão do universo. Conheça os detalhes dessa descoberta inédita e o que ela significa para a astronomia moderna.

NOTICIASASTRONOMIA

David Braian

7/4/20252 min read

Uma descoberta inédita na astronomia

Astrônomos fizeram uma descoberta impressionante: pela primeira vez, foi observada uma supernova que explodiu duas vezes. Isso aconteceu no remanescente da supernova chamado SNR 0509-67.5, localizado na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha da nossa Via Láctea, a cerca de 160 mil anos-luz da Terra.

Esse objeto tem cerca de 23 anos-luz de diâmetro — para você ter uma ideia, a luz levaria 23 anos para atravessá-lo — e está se expandindo em uma velocidade de mais de 18 milhões de quilômetros por hora. A descoberta abriu portas para uma nova compreensão sobre como as estrelas morrem e geram esses fenômenos violentos.

O que é uma supernova e por que essa descoberta é especial?

Supernovas são explosões gigantescas que ocorrem no final da vida de algumas estrelas. Elas liberam uma quantidade enorme de energia e espalham elementos pesados pelo espaço, contribuindo para a formação de planetas e até da vida como conhecemos.

Normalmente, uma supernova acontece apenas uma vez para uma estrela, mas nesse caso, os cientistas identificaram uma "dupla detonação", um fenômeno raro onde a estrela explodiu duas vezes.

Como acontece essa dupla explosão?

O processo começa com uma estrela conhecida como anã branca — o que sobra de uma estrela após ela queimar quase todo o seu combustível. No sistema estudado, essa anã branca estava próxima de outra estrela, da qual ela "roubava" material, principalmente hélio.

Quando essa camada de hélio na superfície da anã branca fica grande e densa o suficiente, ela explode primeiro. Essa primeira explosão aquece o interior da anã branca, fazendo com que uma segunda explosão, mais forte, aconteça no núcleo da estrela. Essa sequência é chamada de dupla detonação.

Esse modelo ajuda a explicar a origem das chamadas supernovas do tipo Ia, que são muito importantes para os astrônomos porque funcionam como “velas padrão” para medir distâncias no universo e estudar sua expansão acelerada.

Como essa dupla explosão foi observada?

A equipe de cientistas usou uma técnica chamada espectroscopia de alta resolução, que analisa a luz emitida pelos restos da supernova. Com isso, eles puderam identificar elementos como cálcio e oxigênio em diferentes camadas, um sinal claro de duas explosões distintas.

Essas evidências foram fundamentais para confirmar que o fenômeno realmente ocorreu, fornecendo dados novos sobre como essas estrelas se comportam em suas fases finais.

Por que essa descoberta é importante para a astronomia?

Entender que uma estrela pode explodir duas vezes antes de desaparecer muda o que sabíamos sobre o ciclo de vida das estrelas e a formação dos elementos químicos no universo.

Além disso, essa descoberta pode impactar a forma como utilizamos as supernovas tipo Ia para medir distâncias cósmicas. Como esses eventos são usados para entender a expansão do universo, qualquer novidade nesse processo ajuda a refinar nossas medições e teorias.

O que esperar para o futuro?

Agora que sabemos que essa dupla explosão pode acontecer, os astrônomos vão procurar outras supernovas com características parecidas. Isso pode levar a uma revisão dos modelos atuais e a um entendimento mais profundo da evolução estelar e da física por trás dessas explosões.

Além disso, o avanço das tecnologias de observação e análise, como telescópios mais potentes e espectrômetros de última geração, promete revelar ainda mais detalhes sobre esses eventos cósmicos.