James Webb Captura o Nascimento de Estrelas com Detalhes Impressionantes

O Telescópio Espacial James Webb capturou uma das imagens mais detalhadas de Pismis 24, uma região de intensa formação estelar. Descubra como estrelas massivas estão moldando nuvens de gás e poeira a 5.500 anos-luz da Terra.

NOTICIASASTRONOMIA

David Braian

9/5/20252 min read

O Telescópio Espacial James Webb (JWST) continua a redefinir nossa visão do universo. Em sua mais recente observação, o telescópio revelou uma cena deslumbrante de nascimento estelar no aglomerado Pismis 24, localizado na Nebulosa da Lagosta, a cerca de 5.500 anos-luz da Terra.

A imagem, marcada por tons dourados e laranja, mostra como nuvens densas de poeira e gás — geralmente impenetráveis à luz visível se tornam transparentes no infravermelho, permitindo que estrelas recém-nascidas brilhem através delas. O resultado é um retrato cintilante da formação estelar em ação.

Descrição da imagem pela NASA: Um céu azul e preto cheio de estrelas cobre cerca de dois terços da imagem. As estrelas são diferentes tamanhos e tons de branco, amarelo e laranja. Do outro lado do terço inferior há uma vista como uma montanha com picos parecidos com torres e vales profundos. Estas "montanhas" aparecem em tons de laranja, amarelo e marrom. As torres sobem e encontram uma nuvem branca e esperta que se estende horizontalmente através da cena. No canto superior direito da imagem, uma parte de estrutura laranja e marrom corta diagonalmente através do céu.

O coração de Pismis 24: estrelas gigantes moldando o ambiente

No centro da imagem está Pismis 24-1, que por muito tempo foi considerada uma única estrela extremamente massiva. Estudos mais recentes revelaram que, na verdade, trata-se de pelo menos duas estrelas, com 74 e 66 vezes a massa do Sol. Essas estrelas estão entre as mais luminosas e quentes já registradas.

A radiação intensa e os ventos estelares emitidos por elas esculpem cavidades nas nuvens de poeira e gás, comprimindo regiões vizinhas e desencadeando a formação de novas estrelas. Esse processo cria estruturas monumentais, como a torre mais alta visível na imagem, que se estende por 5,4 anos-luz — espaço suficiente para acomodar mais de 200 sistemas solares semelhantes ao nosso.

A ciência por trás das cores

A imagem divulgada pela NASA não mostra cores “reais”, mas sim uma representação científica dos diferentes comprimentos de onda captados no infravermelho. Cada tonalidade corresponde a uma característica física distinta:

  • Ciano: gás de hidrogênio quente ou ionizado, aquecido pelas estrelas massivas.

  • Laranja: moléculas de poeira, comparáveis à fumaça na Terra.

  • Vermelho: hidrogênio molecular frio e denso; quanto mais escuro, mais frio.

  • Preto: gás tão denso que não emite luz detectável.

  • Branco: luz estelar refletida e espalhada pela poeira interestelar.

Essa paleta de cores permite que os cientistas decifrem a composição química e os processos físicos que estão moldando a região.

Por que Pismis 24 é tão importante?

Pismis 24 é um dos locais mais próximos do nascimento de estrelas massivas, o que oferece aos astrônomos uma oportunidade única de estudar as fases iniciais da vida estelar. Observar regiões como essa ajuda a responder perguntas fundamentais:

  • Como estrelas gigantes se formam e evoluem?

  • De que forma sua radiação e ventos moldam o ambiente cósmico ao redor?

  • Qual é o papel dessas estrelas na formação de novas gerações estelares?

O Webb, com sua sensibilidade no infravermelho, é a ferramenta ideal para investigar essas questões, revelando processos invisíveis a telescópios ópticos como o Hubble.